domingo, 29 de janeiro de 2023

A Neurociência e a prática pedagógica do Psicopedagogo e Neuropsicopedagogo na inclusão do aluno com Altas Habilidades


 resumo

O objetivo desta pesquisa é compreender como se relaciona “A Neurociência na prática pedagógica do Psicopedagogo e Neuropsicopedagogo na inclusão do aluno com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD), e possíveis estratégias a serem usadas no Atendimento Educacional Especializado (AEE) para o enriquecimento curricular na sala comum, de acordo com as Competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na Educação Especial Inclusiva. A metodologia utilizada é baseada em pesquisa bibliográfica em análise minuciosa de estudiosos que trataram do assunto e artigos científicos publicados por meio eletrônico somando com minha prática pedagógica. O Documento de Salamanca (1994) foi o marco da Educação Inclusiva objetivando a “Educação para Todos”, abrindo espaços para Pesquisas, Ensino Superior e Formação Continuada sobre alunos com deficiência e com outras necessidades educacionais especiais e assim incluídos nas escolas públicas. A inclusão de alunos com Altas Habilidades/Superdotados (AH/SD) torna-se necessário um olhar mais atencioso do Atendimento Educacional Especializado (AEE), composto por Especialistas na área de Educação Especial Inclusiva e outros especialistas, incluindo a Equipe Pedagógica e Gestora, principalmente no que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem e ética profissional. Mas quem é o aluno com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD)? E o que caracteriza este aluno? De que forma a Neurociência pode contribuir na prática pedagógica do Psicopedagogo e Neuropsicopedagogo na inclusão deste aluno? Esta é a problemática que iremos investigar para compreensão deste trabalho.

Palavra-chave: Neurociência. Psicopedagogia. Neuropsicopedagogia. AH/SD

INTRODUÇÃO

            A Neurociência estuda o cérebro,  para Vygotsky a estrutura básica do cérebro humano é mutável, e funciona como uma espécie de hardware cerebral em que a plasticidade  pode fazer “instalações” de novos softwares resultantes de estímulos externos que ocasiona o desenvolvimento cognitivo da aprendizagem e a Teoria de Vygotsky somente foi aceita com o surgimento da Neurociência que veio ampliar os estudos da Psicopedagogia e Neuropsicopedagogia e outras ciências e assim melhorar o processo de ensino e aprendizagem humana.

São inúmeros os estudiosos sobre a Neurociência que defendem a ideia de que a aprendizagem está relacionada com a forma como o cérebro humano funciona, sobre isso, Tabaquim (2003) diz que,

“O cérebro é um órgão privilegiado da aprendizagem. Conhecer sua estrutura e funcionamento é fundamental na compreensão das relações dinâmicas e complexas da aprendizagem. (...) O cérebro é o sistema integrador, coordenador e regulador entre o meio ambiente e o organismo, entre o comportamento e a aprendizagem”

De acordo com a frase de Stanley B. Prusiner, Prêmio Nobel de Medicina, 1977, “a Neurociência é de longe o ramo mais empolgante da ciência porque o cérebro é o objeto mais fascinante do universo. Cada cérebro humano é diferente – o cérebro torna cada ser humano único e define quem ele ou ela é”. Desta forma, entende-se que o cérebro é responsável por coordenar todas as atividades do nosso corpo e pelo funcionamento tanto nas atividades voluntárias quanto nas involuntárias,

A Psicopedagogia tem sua base no psicológico da/para a aprendizagem, quanto que a Neuropsicopedagogia se embasa nas questões neurológicas do ensino e aprendizagem do indivíduo e ambas as ciências estão centradas na Neurociência por ser a ciência que estuda o cérebro e como ele sustenta as atividades mentais que estão vinculadas ao desenvolvimento cognitivo, ajudando a entender como acontecem os processos de pensamento, percepção que temos a respeito de mundo, aprendizagens, memória, mente e comportamento humano.

O cérebro é também estudado pela Psicopedagogia, pois a palavra psico é de origem grega que significa “alma ou mente”. Segundo Bossa (2000), o objeto de estudo da Psicopedagogia é a aprendizagem humana, como se dá o aprender, suas variações e os fatores implicados e como ocorrem as alterações na aprendizagem e como preveni-las ou trata-las. E o Código de Ética da Psicopedagogia, nos faz compreender o,

Artigo 1º -A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos.

Parágrafo 1º A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, relacionada com a aprendizagem e as suas dificuldades.

Parágrafo 2 A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o institucional e o clínico.

Segundo Raquel Araújo (2010), a Neuropsicopedagogia surge com a junção da Neurociências, da Psicologia e da Pedagogia, portanto, é uma nova ciência transdisciplinar, focada sobretudo nos processos de ensino e aprendizagem, que se compõe na avaliação de alunos em defasagem, que se desenvolvem fora dos contextos históricos, educacionais, culturais, sociais e econômicos. Desta forma, melhor orienta a Resolução SBNPp/ nº 04 de 04 de maio de 2021 que altera a Resolução 03/2014 “Dispõe sobre o Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia e suas alterações, em seu,

Artigo 10. “A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar, fundamentada nos conhecimentos da Neurociência aplicada à educação, com interfaces da Pedagogia e Psicologia Cognitiva que tem como objeto formal de estudo a relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem humana numa perspectiva de reintegração pessoal, social e educacional.”

            A Neurociência na atuação do Psicopedagogo e do Neuropsicopedagogo na Educação Especial Inclusiva se embasa na Política Nacional de Educação Especial (1994) que define competências para atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com Altas Habilidades/Superdotados, e oferece subsídios para sua prática pedagógica, como: Capacidades e Talentos: conhecendo a superdotação; Escola Inclusiva; Adequações Curriculares; Metodologias e Estrategeias de atendimento pedagógico na área da superdotação.

            Assim sendo, GIFTED (2012) diz que o aluno com Altas Habilidades/Superdotados (AH/SD) requer propostas educacionais diferenciadas, com adaptação e enriquecimento curricular, oficinas para desenvolver habilidades, treinamentos, pesquisas e participação em Sala de Recursos Multifuncionais, isto é, equipada com recursos tecnológicos que dão suporte a estruturação e à oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que proporciona o complemento ao aluno com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento, Altas Habilidades/Superdotação que está matriculado no ensino regular, de modo a garantir as condições de acesso, participação e aprendizagem necessário para seu desenvolvimento.

DESENVOLVIMENTO

Nos últimos anos a Neurociência auxilia nas bases teóricas e práticas tanto da Psicopedagogia quanto da Neuropsicopedagogia pelo fato desta ciência contribuir para a compreensão da relação entre o cérebro e a aprendizagem e o comportamento humano; o funcionamento do cérebro e a plasticidade cerebral; os elementos que fundamenta o processo de desenvolvimento da aprendizagem; os neurotransmissores, neuromoduladores e a neurofisiologia, auxilia na compreensão do processo ensino e aprendizagem

Concordo com GIFTED (2012), diz que um dos maiores desafios da Escola atual é quebrar os paradigmas tradicional da forma triangular da Equipe Pedagógica e assim, incluir o Neurocientista e Aprendizagem ou Neurocientista e Educação, o Psicopedagogo, o Neuropsicopedagogo e o Psicanalista na Equipe Multidisciplinar, são profissionais especializados e de relevância na contribuição do processo ensino e aprendizagem junto com os demais profissionais.

            A prática na docência nos ensina que o aluno não deve ser tratado de maneira igual para igual, percebe-se que no tratamento das diferenças que se direciona melhor o processo do ensino e aprendizagem e oferece qualidade na aplicação do método, isto não quer dizer que haja preferência ou privilégio utilizando esforços ao qualificar o trabalho pedagógico e desse modo a melhoria do ensino e aprendizagem.

A importância de saber que todos possuem diferenças essenciais contribui para a condução de forma eficiente, demonstra competência e habilidades principalmente no que diz respeito com os alunos com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD), devido ao fato ser abstrato e a responsabilidade do professor é bastante criteriosa a proporção do foco do diagnóstico e avaliação deste aluno.  A Lei Diretrizes de Bases – LDB 9394/96- em seu,

Artigo 59-“Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e Altas Habilidades ou Superdotação:  (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013).

 A Resolução nº 02/2001, que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica em seu,

Artigo 5: “Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o processo educacional, apresentarem: III- Altas Habilidades/Superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.

            A criação do cadastro prevista na Lei 13.234, de 29 de dezembro de 2015, que altera o Artigo 59-A, Parágrafo Único da Lei nº 9.394/96, sancionada pela Presidenta Dilma Roussef, diz: “para dispor sobre a identificação, o cadastramento e o atendimento, na educação básica e na educação superior, de alunos com Altas Habilidades ou Superdotação”, segundo o MEC, objetiva fazer com que as políticas públicas chequem a esses alunos. O Censo Escolar de 2016 registrou 15.995 estudantes com Altas Habilidades/Superdotação em todo país.

            De acordo com o Site do Ministério de Educação - MEC – A construção de Práticas Educacionais para alunos com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) é um tema de grande relevância que a Secretária de Educação Especial (SEESP) que convidou especialistas para elaborar um conjunto de quatro (4) volumes de Livros Didático-Pedagógicos onde contém informações que auxiliam as práticas de atendimento ao aluno, assim como orientações para o professor e para a Família. Esses materiais estão disponíveis no site da SEE-MEC, em PDF e que de são grandes relevâncias para enriquecimento da prática pedagógica, da ética.

            Segundo a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva de AH/SD alunos com Altas Habilidades/Superdotação demonstram potencial elevado em quaisquer áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse (BRASIL, 2007).

            Para a Neurociência o cérebro da criança com AH/SD tem suas vantagens, mas também tem suas limitações, pois as informações são processadas de maneiras rápidas em que a tomada de decisões é muito desenvolvida e o senso crítico aprimorado, no entanto, nem sempre essa criança consegue alcançar seu potencial e nem desenvolver uma mente capaz de governar de forma hábil suas capacidades, assim como seu mundo de emoções que surge em decorrência disso.

É preciso entender que toda criança AH/SD tem dificuldades normais como toda criança da sua idade, somadas, á claro, ás que derivam de seu alto coeficiente intelectual, e seu cérebro de desenvolve de modo diferente das crianças com nível de inteligência média ou normal, daí a importância da relação mais dialogal entre a escola e a família e a contribuição do Psicopedagogo e Neuropsicopedagogo.

Na maioria dos casos as famílias de crianças superdotadas geralmente interagem com seus filhos em casa, perguntando e respondendo questões, discutindo e se engajando em atividades de leitura e conversas frequentes e a escola através do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e seus profissionais precisa apoiar e orientar as famílias para melhor entendimento e desenvolvimento de suas habilidades e habilidades.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No final desta pesquisa chega-se à conclusão que a Neurociência contribui de forma significativa na prática pedagógica do Especialista em Psicopedagogia e Especialista em Neuropsicopedagogia com alunos de Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) na Educação Especial Inclusiva,  e assim,  as atividades pedagógicas se realize de forma harmoniosa com as Competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), sendo necessário que o aluno passe pelo processo de inclusão e pelas avaliações necessárias para entender as necessidades, potencialidades do aluno e oportunidades de desenvolvimento. Conforme a LDB 9.394/96, em seu Artigo 59,

Art. 59.  Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)

I – Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;

II – Terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; (BRASIL, 1996, p.40)

            Segundo Tatiana Castro (2019), a Psicopedagogia é a ligação com a psicanalise, psicologia e antropologia e seu foco são os processos de aprendizagem do sujeito (clinica) e de um grupo (institucional), enquanto que a Neuropsicopedagogia investiga os processos de aprendizagem integrando os estudos de Neurociência com a Psicopedagogia buscando investigar e intervir nas dificuldades da aprendizagem sendo coadjuvante desses conhecimentos, pois o cérebro das crianças com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) a informação se processa de maneira muito rápida, mas com algumas limitações, são mais ativos e mais eficientes em nível neuronal.

            Portanto, segundo Alcântara (2000) o aluno AH/SD tem direito á diferenciação do ensino (deve ocorrer por meio da suplementação e do enriquecimento curricular), deve ocorrer na sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE) ou em sala de aula normal e aceleração, de forma que a ética profissional seja respeitada e assim contribuir para melhor desempenho do professor ou professores da sala regular.

Segundo Beauclair (2014) o termo Neurocpsicopedagogia é “um novo campo de especialização profissional, de pesquisa, de ação e intervenção, baseados nos avanços das Neurociências e suas aplicabilidades no campo da Educação e Psicopedagogia”, incluindo a Neuropsicopedagogia (grifo meu).

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

-MATOS (2020) Maria Nancy Nunes de, -A importância da Neuropsicopedagogia no dia a dia dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Uniasselvi Pós Graduação -. 2020.

-MORAES, Alberto Parahyba Quartim de, - O Livro do Cérebro -Vol. São Paulo. SP.  Editora Duetto. 2009.

-ABAHSD. -Associação Brasileira para Altas Habilidades/Superdotados

ABAHSD. Associação Brasileira para Altas Habilidades/ Superdotados. Disponível em < http://www.altashabilidades.com.br >

-CLEMENTE ND, Lovat T, -Neurociencia e educação: questões e desafios para o currículo. Currículo Ing. 2012. {Google Acadêmico}

-GIFTED, Álaze Gabriel, - Genialidade e Superdotação. 2012. Tema: Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) Neuropsicopedagogia. Neuropsicologia. Educação Especial. (Blog). Disponivel em <  http://genialidadeesuperdotação.blogspot.com >

-VIRGOLIM, Angela M. R. - Altas habilidade/superdotação: encorajando potenciais. Brasília. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. 2007

-BEAUCLAIR, J. Neuropsicopedagogia: inserções no presente, utopias e desejos futuros. Rio de Janeiro. Editora:  Essence All. 2014.

-PISKE, Fernanda Hellen Ribeiro. Alunos com altas habilidades/superdotação (AH/SD): como identificá-los? In: PISKE, Fernanda Hellen Ribeiro et al. (Org.). Altas habilidades/superdotação (AH/SD) e criatividade: identificação e atendimento. Curitiba: Juruá. 2016.

-VYGOTSKY, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

-Disponivel em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Stanley_B._Prusiner >

-ALVES, Rauni Jandé Roama; NAKANO, Tatiana de Cássia. Criatividade em indivíduos com transtornos e dificuldades de aprendizagem: revisão de pesquisas. Psicologia Escolar e Educacional. Maringá. v. 19, n. 1.

-VYGOTSKY, L.S, LURIA, A.R., A, N. LEONTIEV. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Tradução Maria da Penha Villalobos. São Paulo: Icone, 2006.

- ALCANTARA, Brenda Derbli. Inclusão de alunos com Altas Habilidades/ Superdotação na Educação Infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 2020. ISSN: 2448- Disponvel em <  https://www.nucleodoconhecimento.com.br 

A importancia do banho no processo educativo




RESUMO 

Este trabalho objetiva refletir sobre a história do banho e a sua importância no ambiente escolar, sendo uma prática diária do povo amazônico, assim como, no arquipélago marajoara, e muitas vezes, passa despercebido seu verdadeiro objetivo como prática educacional, mesmo estando incluído no processo de higiene pessoal e corporal. Em Curralinho, Sul da Ilha de Marajó, Pará, Brasil, o banho dar-se-á de várias maneiras, em praias, em igarapés, em rios, em banheiros nas casas, chuveiros nos quintais, debaixo da chuva, nas biqueiras quando chove ou mesmo em lava jato e outros. O banho tem sua origem desde a criação do mundo, desta forma os hebreus foram pioneiros nessa prática, pois na Bíblia Sagrada encontramos várias referências sobre o banho, mas foi Roma quem criou aquedutos e termas públicas onde seu povo podia tomar banho e aos poucos foi sendo divulgado esse habito. Quando os portugueses tomaram posse das terras brasileiras já encontraram aqui um povo que tinha o costume de tomar banho e essa prática foi sendo adquirida pelos portugueses colonizadores. Observa-se que, os hábitos higiênicos, principalmente o banho são pouco citados em salas de aulas e até de certa forma esquecidos pela maioria dos professores. Mas qual a importância de se conhecer a história do banho e sua importância no processo educativo? Essa temática que será motivo de um olhar diferenciado no decorrer desta pesquisa.

Palavra-chave: História do Banho. Processo Educativo. Pratica Pedagógica

INTRODUÇAO

No decorrer da História, o banho nas civilizações mais antigas como os Hebreus, Egípcios, Gregos e Romanos era ligado com a religião, a medicina, ao prazer, a ostentação de riquezas, a utilização de essências e óleos aromáticos. Os hebreus usavam o banho obedecendo duas regras, primeiro para efeito de higiene e segundo como ato religioso, cerimonial.

Para a lavagem do corpo após o ato sexual (Levítico 15:17); após o sacrifício da novilha queimada (Números 19:7-8-19), assim também se banhavam nos rios, lagos ou poços (2Samuel 11:2), e poços temos como exemplo os de Siloé (João 9:7) e de Ezequias (Neemias 3:15-16).

A vida de Moisés foi preservada graças a filha do Faraó ir tomar banho no rio (Êxodo 2:5). Observa-se que não há muitas menções de banhos com propósitos higiênicos na Antiga Aliança, mas Gênesis 18:4 e 19:2 nos diz que o banho era um sinal de hospitalidade para com os recém-chegados e em Rute 3:3, temos a impressão de que nas palavras de Noemi há uma sugestão de como eram os banhos naquela época antes de visitar alguém de status superior.

Quanto que os banhos Cerimoniais e Ritualistas, os judeus tinham hábito de lavar os pés e as mãos antes das principais refeições, era hábito antigo vinculado as purificações religiosas, assim também como se banhavam após as lamentações dos mortos (2Samuel 12:20) e antes dos cultos religiosos (Gênesis 35:2); Êxodo 19:10). Para os judeus auxiliar outra pessoa ao banho era considerado um ato de humilhação (1Samuel 25:41), assim também como, o banho é um símbolo de purificação como o batismo nas águas. 

No Egito, o banho era usado para rituais sagrados aos seus deuses e também acreditavam que a água purificava a alma, eis porque usavam óleos aromáticos e massagens feitas pelos escravos, os egípcios eram vaidosos e foram inventores dos primeiros cosméticos, diferentes dos hebreus que usavam o banho como símbolo.

            Na Grécia, os banhos foram bastante prósperos, em muitas casas havia recipientes com água para tomarem banho e havia outros que colocavam nas encruzilhadas um recipiente de mármore para que os pobres pudessem tomar banho. Foram os pioneiros em balneários coletivos, e também os banhos na Grécia eram para a higiene, a espiritualidade e a prática do esporte na modalidade natação, sendo um dos pilares da educação dos jovens, para os gregos antigos o bom cidadão eram os que sabiam ler e nadar.

            Em Roma, os banhos chegaram com a fusão da cultura grega (helenismo), e os romanos visitavam as termas com objetivo religioso, haja vista, que o banho público era um ato de adoração a Minerva, deusa do comércio, da educação e do vigor, assim também como Fortuna, deusa do destino era representada nas casas de banho para proteger as pessoas.

            Os romanos possuíam fontes e poços onde todas as classes sociais tomavam banho sem constrangimento e tinham o hábito de tomar banho nus em público, mas com o surgimento do Cristianismo, que pregava a castidade e virtude por todo Império Romano, essa prática e outros costumes foram extintos.

            Tanto os gregos quanto os romanos mantinham o hábito de reunirem-se em locais de banhos públicos para discutirem e decidirem sobre política e questões sociais. Eis porque as termas se tornaram símbolos de luxo porque eram pontos de encontros da sociedade romana. E influenciaram o mundo com seus hábitos e costumes de banharem-se

            Na Idade Média, isto é, anos de 400 até 1500, os pobres tomavam banho uma vez por ano e os ricos tomavam banho uma vez por mês, e as influencias religiosas foram muito influentes, que se pode dizer que eram exageros fora do comum, porque tudo era pecado, até tomar banho, porque acreditavam que a água amolecia a alma, dilatando os poros, sendo que essa crença foi responsável por inúmeras doenças, inclusive a peste negra que extinguiu populações inteiras.

            Em 22 de abril de 1500, os portugueses sob o comandado de Pedro Álvares Cabral chegaram ao Brasil e não tomavam banho, começaram a tomar banho por influência dos povos indígenas que habitavam as terras que foram  tomadas  em nome do rei do Portugal.

            Segundo Athos Moura (2015) no século XVIII, o rei Dom João VI era contra os banhos, mas ao ser picado por carrapato e o ferimento infeccionou, os médicos da época recomendaram banhos de mar porque o sal da água ajudava a cicatrizar os ferimentos.

            Os índios, primeiros habitantes da Brasil transmitiram aos portugueses os hábitos de tomar banho diariamente, se depilavam, cortavam e lavavam os cabelos usando produtos naturais colhidos na natureza.

            É importante explicar para as crianças que nos tempos atuais não existe regra de quando se pode tomar banho, porque depende da cultura familiar, da necessidade, mas as crianças precisam saber a importância de tomar banho diariamente e sempre que for preciso. Se observarmos o banho é importante para a,

1.Saúde Física, sendo que, os banhos diários com sabão, xampu e outros, ajudam a eliminar os germes do corpo e prevenir doenças, evacuações e outros problemas, em seguida secar com uma toalha limpa ou mesmo deixar-se secar ao vento.

2.Saúde Mental, tomar banho pela manhã pode ser revigorante e ajuda o corpo e manter o equilíbrio, assim como o banho a noite pode ser calmante e contribui para um sono reparador.

3.Saúde Social, os corpos têm cheiros, por isso, é importante a limpeza do corpo de modo geral, limpando as partes íntimas com cuidado e com sabão, lavando os cabelos com xampu, etc. A limpeza corporal dá sensação de bem-estar e seguindo uma rotina de limpeza regular mantém o corpo saudável e sensação agradável a si aos outros.

Deste modo, a higiene pessoal, corporal e ambiental é fundamental para a saúde e a interação com o meio em que se vive, como já relatamos acima, não era assim na Antiguidade e na Idade Média ou Medieval, o zelo pela higiene surge com o Renascimento e o Protestantismo, no século XVI em se instalaram grandes incentivos para a limpeza pessoal e corporal em todas as idades e classes sociais principalmente nas crianças, tanto na área da saúde quanto da educação, como enfatiza VIGOTSKY (1991, pág. 101,

 

(...) o aprendizado desperta vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com outros indivíduos. Uma vez internalizados, esses processos tornam-se parte das aquisições do desenvolvimento independente da criança.”

             Percebe-se que desde tempos remotos os incentivos para a higiene pessoal e corporal se dá na interação em que a criança desenvolve sua capacidade cognitiva, não podemos pensar na formação de uma criança sem que ela esteja fazendo parte do contexto social, porque a o desenvolvimento do ser humano é promovido pela convivência, pela socialização com o outro.

            O banho atualmente, principalmente no Brasil faz parte da higiene pessoal e corporal de todo ser humano e deve ser diário para que o corpo seja limpo de todas impurezas, assim também para refrescar devido ao calor intenso.

            Tomar banho é mania de todo brasileiro, principalmente da região Amazônica. Quando o portugueses tomaram posse das terras brasileiras encontraram um povo que tomava banho nos rios e igarapés com muita intensidade, e esse hábito causou impacto aos portugueses porque eles não tinham esse hábito, e demorou muito para ser aceito, pois há relatos de que a Corte Portuguesa resistiram por muito tempo essa prática natural e cultural dos índios brasileiros, e que os colonos humildes aceitaram o banho diário com mais facilidade, a priori lavavam somente os pés diariamente em bacias, com o tempo os rios e igarapés tornou-se um local natural para os banhos, portanto, no Brasil, o banho é considerado herança cultural dos povos indígenas.

            O banho é de fundamental importância no processo educativo, e a Escola precisa incentivar a higiene corporal em sala de aula orientando na hora do banho lavar as partes escondidinhas como, as partes íntimas, pescoço, a nuca, atrás das orelhas, esfregar bem os joelhos, cotovelas e pés.

            Assim também, realizar reuniões com os pais e responsáveis por alunos matriculados na escola, orientando sobre a importância da higiene física, individual, ambiental, mental e social, como escovar dentes, lavar as mãos antes das refeições e quando se chega da rua, asseio intimo porque em pleno século XXI ainda nos deparamos com pessoas que não utilizam o asseio diário, e o suor exala de forma terrível impregnando o ambiente devido a sudorese ser desagradável, principalmente das axilas. São casos raros, mas que existem.

        Eis porque a Escola necessita inserir em seu Projeto Político Pedagógico (PPP) importância da higiene pessoal e corporal destacando sempre que manter os corpos limpos e o ambiente em que se vive também é importante e indispensável, porque cada parte do corpo humano possui características diferentes e por isso precisa ser cuidada de maneira especifica.

            Embora estejamos acostumados a ver a maioria de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos homens e mulheres todos arrumados, perfumados, limpos, banhados, a Escola precisa sempre estar alertando sobre os cuidados que o ser humano precisa ter com o corpo e com o meio em que vive.

            Conscientizar na prática pedagógica de que o banho é indispensável para eliminar as impurezas da pele proporcionando bem-estar físico, principalmente usando água com abundancia, sabão e uma esponja, massagear todo o corpo ajudando a limpeza, remoção das células mortas, ativando a circulação sanguínea, evitando problemas de pele como a sarna e micoses.

            O banho nas crianças deve ser feito por um adulto quer no seio familiar ou nos Centros de Educação Infantil e deve ser feito com calma, porque nos momentos do banho o adulto interage com a criança e este momento deve ser de conversa, de olho no olho, de brincadeiras com a água, e para melhor interação, deve utilizar alguns objetos, como tigelas plásticas e outros e bastante precaução para evitar afogamentos ou sufocamentos.

            A Bíblia Sagrada nos informa que a Educação começa no seio do lar (Provérbios 22:6) e a prática mostram algumas situações como já foram citadas no decorrer desta pesquisa a importância da interação entre as crianças e adultos. Segundo (LOURO (1997, pág. 17),

“(...) a escola reproduz o reflexo das concepções da sociedade sobre gênero e sexualidade, como também produz tais concepções e estas concepções são aprendidas com amor facilidade na Educação, principalmente na Educação Infantil ou Seres Iniciais, fase na qual as crianças se encontram na fase de interação e integração com o mundo”odo, o banho é muito importante para todo ser humano e na escola torna-se necessário maior conscientização desta prática cultural porque é uma prática saudável, evita muitas enfermidades assim também como baixa febre, prática recomendada por médicos.

 CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Esta pesquisa foi um olhar minucioso, importante para ampliação do meu cabedal de conhecimentos sobre a importância do banho no processo educativo, conheci sobre a história do banho desde seus primórdios, assim como os tempos e espaços em que vários povos  influenciaram e viveram suas crenças positivas e negativas de acordo com a sua cultura em relação ao banho e seus rompimentos estereotipados desde o Renascimento até aos tempos atuais, em que as escolas começaram a conscientizar e sensibilizar a importância do banho no dia a dia dos alunos e todos seres humano.

            Sabemos que a palavra banho vem do latim balineum ou balneum, que significa a lavagem do corpo com fins de higiene, e higiene é saúde, por isso o banho é fundamental pela manhã, antes das refeições e a tarde ou antes de dormir. Após o banho sente-se uma sensação de bem-estar porque as células mortas e outros resíduos da superfície de nossa pele foram retiradas pela água e nos renova dando brilho, frescor e um cheirinho gostoso!

            O banho no igarapé ou na praia como acontece nas regiões ribeirinhas da Ilha de Marajó, Estado do Pará, Brasil, ou nos chuveiros, nas biqueiras, enfim, o importante é aproveitar seus benefícios e também usufruir do lazer.

             Finalmente quem não gosta de se livrar daquela sensação horrível de que se está impregnado, ao final de quaisquer outras atividades físicas ou mesmo mentais e sobretudo quando os dias estão de intenso calor, mas se fizer frio, torna-se necessário o asseio geral.

 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

-BIBLIA Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. 2 edições. Barueri. SP. Sociedade Bíblica do Brasil.1900.

-Disponível em: < www.informaticaeinternet.com.br> acessado no dia 19 de setembro de 2022, às 23:10 horas.

-JOSEFO, Flávio – Guerras dos Judeus-. Tradução e Adaptação A.C.Godoy. Juruá. Curitiba.2009

-Disponível em: <http://origin.guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/aguas-tempo-historia-banho-435136.shtml> acessado no dia 20 de setembro de 2022, ás 21:39 horas

-LOURO, Guacira Lopes. Gênero, Sexualidade e Educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis. RJ : Vozes. 1997.

 Maria Nunes de Matos

1-Doutora em Teologia em Ed. Cristã               2-Doutoranda em Ciências da Educação

3-Mestra em Ciências da Educação                   4-Esp.  Neurociências e Aprendizagem

5-Esp. NeuroPsicopedagogia                               6-Esp. Psicopedagogia Clinica e Institucional

7-Esp. Ciências Políticas                                      8-Esp. Educação Especial Inclusiva

9-Esp. Adm. Es. Sup. e Orientação                      10-Esp. Educação Infantil e Anos Iniciais

11-Esp. em Hist. e Cult. Afro-brasileira             12-Graduada em História –Licenciatura-

 

domingo, 24 de outubro de 2021

O Livro de Malaquias

 Malaquias foi um profeta anônimo exerceu seu ministério  em Jerusalém durante a era de Neemias e Esdras, escreveu para um tempo e lugar especifico na história e também profetizou sobre o João Batista que anunciaria o chegada de Cristo mais de 400 anos depois de sua vida. O Livro de Malaquias fala da época em que ele viveu, e faz inúmeras referencias históricas e culturais que muitos estudiosos atribuem um período de tempo especifico na história bíblica, mesmo que a um tempo especifico, como podemos entender ao ler o referido livro, vejamos:

1.Malaquias 1: 7-10 e 3:8 - a prática de fazer sacrifícios no Templo de Jerusalém havia sido restaurada

2.Malaquias 1:8 – os judeus naquela época viviam sob um governador persa.

3.Malaquias 2: 10-12 – O casamento misto com não judeus era comum, embora tivesse sido explicitamente proibido pela Lei Mosaica

4.Malaquias 1:7 – a observância religiosa dos sacerdotes do Templo era na melhor das hipóteses, relaxada com padrões muito abaixo do que Deus exigia.

5.Malaquias 3: 8-10 –a prática de devolver o dízimo á tesouraria do Templo era rotineiramente negligenciada.

O Livro de Malaquias é chamado de “profetas menores” devido a extensão do livro, tanto o Antigo Testamento quando alguns livros do Novo Testamento são organizados com base no gênero: história, poesia e profecia e não em ordem cronológica.

O Livro de Malaquias foi o último dos escritos, cerca de 100 anos após os judeus voltarem do exílio a Jerusalém, em hebraico Malaquias significa “mensageiro” e vemos que foi profeta usado por Deus para entregar a mensagem de Deus ao povo de Deus e talvez por isso foi obediente em sua missão que não deixou nenhuma outra informação sobre si mesmo.

Malaquias transmitia sua mensagem aos judeus que viviam com adoração no Templo em Jerusalém, e esse povo de Judá havia se afastado da verdadeira adoração (Malaquias 2:11).

Que o chamado de Malaquias nos motive a viver fielmente diante de Deus na certeza de a Sua misericórdia para com Seu povo é real.

Referências Bibliográficas

-Francis Brown, SR Driver, e Charles A. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon (Peabody, Mass .: Hendrickson, 2006)


quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Habacuque: o Livro das perguntas e respostas


 1.Introdução

Esboço do Livro

Título ( Capitulo 1:1 )

A primeira pergunta de Habacuque: Por que o mal em Judá fica impune? ( Capitulo 1: 2-3 ).
Resposta de Deus: Os babilônios vão punir Judá (Capitulo 1: 5 a 11).

Segunda pergunta de Habacuque: “Como um Deus justo pode usar a perversa Babilônia  para punir um povo mais justo do que eles? (Capitulo 1: 12 e 2:1).
Resposta de Deus: “A Babilônia  será punida e a fé será recompensada (Capitulo 2: 2 a 20).

          Oração de Habacuque: Depois de pedir as manifestações da ira e misericórdia  de Deus ( como ele viu na ´passado), ele termina com uma confissão de confiança e alegria em Deus (Capitulo 3 ).

2.Desenvolvimento

         O Livro de Habacuque foi popular durante o Período Inter-Testamentário. Habacuque foi contemporâneo de Jeremias e tinha uma fé vigorosa enraizada nas tradições religiosas de Israel.Em seu Livro “Habacuque, Sinfonias e Ageu”, página 11, o Dr. Charles Feinberg descreveu a definição surpreendente de Martinho Lutero para o nome de Habacuque que significa abraçador ou aquele que abraça ou leva em seus braços. 

        Habacuque abraça seu povo e os leva aos braços, ele os conforta e os ergue, como se abraça uma criança que chora, para acalmá-la com a certeza de que, se Deus quiser logo ficará melhor.             
        Quando lemos Habacuque 1:6, a previsão da vindoura invasão da Babilônia indica que Habacuque viveu em Judá  no final do reinado de Josias (640 a 609 antes de Cristo) ou no inicio do de Jeoiaquim ( 609 a 598 antes de Cristo).
        Vemos que a profecia foi antes ou mesmo depois da batalha de Carquemis ( ano de 605 antes de Cristo), quando as forças egípcias que deram auxilio ao último rei assírio foram derrotadas pelos babilônios sob Nabopolassar e Nabucodonosor e foram perseguidas, segundo Jeremias 46... 
       Aconteceu com Habacuque, assim como com Jeremias, viveu e viu o cumprimento inicial de sua profecia quando Jerusalém foi atacada pelos babilônios em 597 antes de Cristo...Entre os escritos proféticos, Habacuque é único que não incluiu previsão dirigida a Israel, mas contém um diálogo entre o profeta e Deus (ver o esboço).

        Nos primeiros capítulos, vemos Habacuque argumentar com Deus sobre seus caminhos que lhe parecem insondáveis e injustos, e tendo recebido as respostas, ele responde com uma bela confissão de fé, vemos isso no Capitulo 3...Habacuque nos mostra a voz dos piedosos em Judá, lutando para compreender os caminhos de Deus, mas as respostas de Deus falaram a todos que compartilhavam das dúvidas problemáticas e a confissão de Habuque tornou-se uma confissão pública, de acordo com a liturgia no Capitulo 3:1.

           Habacuque ficou confuso ao ver tanta maldade, contenda e opressão que cresciam em Judá e aparentemente  Deus não fazia nada, e quando foi informado de que o Senhor estava se preparando para fazer algo a respeito por meio dos “implacáveis” babilônios (Capitulo 1:6).

            E ficou mais confuso ainda, no sentido que: “Como poderia Deus, que é “puro demais para olhar para o mal”( capitulo 1:13), apontar tal nação “para julgar” (capitulo 1:12) um povo “mais justo do que ele mesmo” (capitulo 1:13)?
            Mas Deus deixa claro que o destruidor corrupto será destruído e no final, Habacuque aprende a descansar nas nomeações soberanas de Deus e aguardar sua obra em espirito de adoração...Habacuque aprende a esperar pacientemente na fé (capitulo 2:3-4) para que o reino de Deus seja expresso universalmente (capitulo 2: 14).
            Os livros de Naum, Habacuque e Sofonias têm muito em comum, embora cada um apresente um agir de Deus de forma diferente, pois eles mostram como Deus lida com o ser humano, outra semelhança é o fato de serem escritos no mesmo período, embora seja difícil definir as datas especificas dos profetas. 

3.Conclusão

        Vemos que Habacuque é um homem com perguntas diante da aparente indiferença de Deus nos problemas que surgem, em nossos dias muitas pessoas se sentem como Habacuque, perguntando “Porque Deus não faz algo diante desta pandemia? Porque deus não entra nos assuntos dos homens e acaba com a pandemia, com a violência, com a injustiça e o sofrimento?

       Deus respondeu a Habacuque que estava preparando uma nação, a Babilônia, para punir Judá e leva-lo ao cativeiro. Hoje Deus está preparando seu povo, a Sua Igreja para o arrebatamento.

          Deus enviou Seu Único Filho para que tivéssemos vida em abundancia vencendo os inimigos pela fé, pois o pano de fundo do Livro de Habacuque é o capitulo 2: 4 “O justo pela sua fé, viverá”, que é aceito nos três Livros Doutrinários: Romanos 1:17;  Gálatas 3:11; e Hebreus 10:38, do Novo Testamento.

           Habacuque de sua vida pessoal, mas da época em que viveu. Não é uma profecia no sentido estrito do termo, mas um relato de sua própria experiência com Deus – suas perguntas a Deus e as respostas de Deus –

       No final do Livro “Ao cantor-chefe (músico) em meus instrumentos de cordas”, nos mostra que este Livro é uma canção. O capitulo final é um salmo de beleza poética (grifo meu), na verdade todo Livro de Habacuque é uma lição de vida para seguirmos firmes na certeza de que Jesus Cristo é o nosso deus e Salvador e precisamos viver a doutrina bíblica.

            Este Livro abre na escuridão e termina na glória, pois começa com uma pergunta e termina com uma pergunta. Na verdade, Habacuque é um grande POR QUÊ? Eu acredito que este Livro é uma RESPOSTA a essa PERGUNTA. Deus endireitará a injustiça do mundo? O Livro responde essa pergunta, pois o Livro diz que ELE é. 

Referencias Bibliográficas

-Biblia Sagrada –Almeida revista e Atualizada –ARC-

-MATOS, Maria Nancy Nunes de, -Estudos dos Profetas Menores- 2018.

-McGee, J. Vernon. Thru the Bible Commentary, Vol. 30: Nahum & Habakkuk. Nashville, TN: Thomas Nelson Publishers, 1991.)